quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A voz que liberta e a(s) outra(s)

Numa sociedade de constrangimentos vários, em que a liberdade de cada um deixou de acabar onde a do Outro começa, refletir sobre a voz que nos liberta ou que nos aprisiona é imperativo.
            Travamos diariamente pequenas batalhas para fazer ouvir a nossa voz. Sim, porque a voz possibilita-nos a comunicação e a inteligibilidade do mundo. A voz que desperta, emociona, molda, partilha, responsabiliza, silencia, sufoca…
            A voz liberta-nos da mesquinhez de nos privarmos de pensar. Mas também conhecemos a voz do silêncio, onde alguns insistem em resguardar-se dos inconvenientes de opinar e argumentar… Porque “pensar incomoda como andar à chuva” (Fernando Pessoa).
            Liberdade de dizer… Liberdade de estar… Liberdade de SER.
            E a outra voz?! A que inspira, apaixona, inquieta e perdura… Para além do espaço e do tempo, da vida e da morte. Essa é a VOZ DO POETA!


VOZ ATIVA
de Miguel Torga


Canta, poeta, canta!
Violenta o silêncio conformado.
Cega com outra luz a luz do dia.
Desassossega o mundo sossegado.
Ensina a cada alma a sua rebeldia.

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