terça-feira, 10 de abril de 2012

À atenção do Ministério da Educação e Cultura

Foi publicado o relatório de um estudo da OCDE, sobre as políticas de avaliação no sistema de ensino português, OECD Review of Evaluation and Assessement in Education: Portugal 2012.
Registamos algumas conclusões, que estão a ser divulgadas na imprensa. Não que sejam novidade. O problema é que «encaixam» perfeitamente na investigação educacional (a séria) que se tem desenvolvido por cá, a mesma que o nosso MEC diaboliza e responsabiliza pelos 'modernismos' e 'facilitismos' do sistema educativo. Vejamos:
- apesar dos progressos conseguidos nos últimos anos, continuamos um país com qualificações abaixo da média da OCDE;
- mantemos um ensino tendencialmente apegado a práticas tradicionalistas e centrado na figura do professor, marginalizando o aluno como agente ativo da (sua) aprendizagem;
- centramo-nos excessivamente nas «notas» e apegamo-nos ao «chumbo» como (principal) método de (não) corrigir os desvios de aprendizagem.
O relatório acrescenta algumas reservas, associadas às repercussões negativas das políticas de austeridade, sobre o setor educativo.
Deixa, finalmente, alguns elementos de reflexão:
- não existe relação entre a tendência à reprovação e a qualidade (ou 'exigência') do ensino; os métodos alternativos de acompanhamento dos alunos devem ser aprofundados;
- também a avaliação do desempenho docente deve constituir-se como um processo mais 'confiável' e associado, diretamente, à melhoria das práticas docentes, tal como à progressão na carreira.

Será, a OCDE, suspeita de 'esquerdismo'?

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