segunda-feira, 16 de abril de 2012

Diz-me de que ris, dir-te-ei quem és

De Porfírio Silva, o texto A festa de Lurdes Rodrigues, denuncia a festa dos tolos que muito riem de toda e qualquer melhoria ou defesa da escola pública - muitos deles serão, com filhos e netos, as vítimas deste ataque sem precedentes.
Enquanto os tolos riem, publica-se o Despacho 5106-A/2012 que, sob a inocência da regulamentação de matrículas e turmas para o próximo ano letivo, lança o maior golpe de política social e educativa, desde Veiga Simão: legaliza turmas de nível. Qual nível? Todos os que podemos imaginar: nível de classificações (a turmas dos bons, dos maus e dos assim-assim), as turmas dos filhos dos professores, as dos filhos das empregadas domésticas, as turmas dos pretos, dos ciganos, das raparigas que fumam... por aí adiante, se for esse o entendimento do Diretor, ouvido o Conselho Pedagógico, como explicita o ponto 5.10: na formação de turmas deve ser respeitada a heterogeneidade do público escolar, podendo, no entanto, o diretor perante situações pertinentes, e após ouvir o conselho pedagógico, atender a outros critérios que sejam determinantes para o sucesso escolar.(Consultar, a este propósito, o texto de Paulo Pedroso: pobre, a bem dizer, nem precisa muito de escola)
Centrados na 'carreira docente', nas escolas, alguns professores exultam: os ingénuos, crentes de que algum critério objetivo lhes permitirá escolher as turmas dos bons; os espertos, confiantes, simplesmente, na sua capacidade de manipular o princípio do amiguismo.

Sem comentários: