quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Da Leitura...



A propósito da comunicação na sociedade e de alguns estudos que revelam as fragilidades que os portugueses, jovens ou adultos, manifestam no domínio da Língua Portuguesa, nas mais elementares necessidades quotidianas, surge esta breve reflexão sobre a absoluta urgência de LER, ao longo da vida, independentemente da nossa área de formação profissional.
Pensar na Leitura é refletir primeiramente no seu papel essencial no acesso à informação e ao conhecimento. É uma fonte inesgotável de descobertas!
Para os jovens, ler não deveria ser uma obrigação ou um imperativo social ou cultural, mas antes ser entendido como um ato de fruição, seja no que diz respeito ao domínio das ciências exatas, seja na área literária ou outras. Não se pode partilhar o prazer que a leitura nos proporciona, no sentido de darmos a outra pessoa um “bocadinho do nosso prazer”, mesmo porque este é um conceito abstrato. Mas podemos e devemos partilhar a ideia de que um livro é um amigo “paciente, tolerante e silencioso”1, que aguarda que a nossa leitura lhe confira a completude do seu sentido, enquanto objeto cultural.
São também os livros os principais veículos e “guardiães” da memória cultural da Humanidade… Os livros e a s outras formas de comunicação escrita, como os pergaminhos, o papiro, a tábua de cera…
Neste contexto, não há lugar a comparações entre a leitura e as novas tecnologias. Sendo que estas últimas, presentemente, têm um impacto inabalável na sociedade atual, deve encarar-se de frente a diferença existente entre estes dois recursos da comunicação do século XXI, valorizando-os de igual forma, pois todos contribuem indiscutivelmente para o crescimentos cultural dos cidadãos e para uma maior agilização do ato de COMUNICAR.
O livro não pode ser tratado como uma “flor de estufa”, algo de inacessível e intocável. É um objeto tátil e deve ser explorado com os diferentes sentidos – a visão, o tato, o olfato… E, até mesmo, a audição!
Ouvir ler em voz alta proporciona momentos significativos de aprendizagem. Recontar uma história potencia uma maior fluência na expressão oral e permite mobilizar várias competências da comunicação. Afinal, é “de boca em boca” que a Literatura Tradicional e Oral (berço cultural de um povo) passa de geração em geração!
LER é fazer parte de mundos imaginários… E o “sabor” da evasão é inexcedível!

(1) Citação de José Jorge Letria

03/12/2012

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