A propósito da comunicação na
sociedade e de alguns estudos que revelam as fragilidades que os portugueses,
jovens ou adultos, manifestam no domínio da Língua Portuguesa, nas mais elementares
necessidades quotidianas, surge esta breve reflexão sobre a absoluta urgência
de LER, ao longo da vida,
independentemente da nossa área de formação profissional.
Pensar na Leitura é refletir primeiramente no seu papel essencial no acesso à
informação e ao conhecimento. É uma fonte inesgotável de descobertas!
Para os jovens, ler não deveria ser
uma obrigação ou um imperativo social ou cultural, mas antes ser entendido como
um ato de fruição, seja no que diz respeito ao domínio das ciências exatas,
seja na área literária ou outras. Não se pode partilhar o prazer que a leitura
nos proporciona, no sentido de darmos a outra pessoa um “bocadinho do nosso
prazer”, mesmo porque este é um conceito abstrato. Mas podemos e devemos
partilhar a ideia de que um livro é um
amigo “paciente, tolerante e silencioso”1, que aguarda que a
nossa leitura lhe confira a completude do seu sentido, enquanto objeto
cultural.
São também os livros os principais
veículos e “guardiães” da memória cultural da Humanidade… Os livros e a s
outras formas de comunicação escrita, como os pergaminhos, o papiro, a tábua de
cera…
Neste contexto, não há lugar a
comparações entre a leitura e as novas tecnologias. Sendo que estas últimas,
presentemente, têm um impacto inabalável na sociedade atual, deve encarar-se de
frente a diferença existente entre estes dois recursos da comunicação do século
XXI, valorizando-os de igual forma, pois todos contribuem indiscutivelmente
para o crescimentos cultural dos cidadãos e para uma maior agilização do ato de
COMUNICAR.
O livro não pode ser tratado como uma
“flor de estufa”, algo de inacessível e intocável. É um objeto tátil e deve ser
explorado com os diferentes sentidos – a visão, o tato, o olfato… E, até mesmo,
a audição!
Ouvir ler em voz alta proporciona momentos
significativos de aprendizagem. Recontar uma história potencia uma maior
fluência na expressão oral e permite mobilizar várias competências da
comunicação. Afinal, é “de boca em boca” que a Literatura Tradicional e Oral
(berço cultural de um povo) passa de geração em geração!
LER
é fazer parte de mundos imaginários… E o “sabor” da evasão é inexcedível!
(1) Citação de José Jorge Letria
03/12/2012
Sem comentários:
Enviar um comentário